"...no desalinho triste das minhas emoções confusas..."






23/07/2011

Cega-me.

O sangue era doce, quente, efervescente. Atrofiava meus sentidos, guiava-me a direções contrárias. Tudo girava como rosas secas, céu, inferno. Tudo caía, desmoronava, sacudia. Sucumbia meus dedos, formigava meu céu da boca. Dava início ao show: falta de ar. Ele estava lá. Lindo em meio aquela assombração, a vestal de expressão fria, cruelmente vazia, com certa doçura inestimável. Lá estava o meu pior medo: perto de mim, me sentindo, me cheirando, me expondo. Me guiava para o caminho dos espinhos cortantes. Insuportavelmente lindo: os espinhos penetravam pelos meus olhos e dominavam descaradamente a minha alma. Eu sentia medo, raiva, vontade. Vontade que não me deixava em paz, que ardia nervosamente todo o meu corpo.
E bum!: quase não se sentia mais gosto das rosas secas; não se sentia nada. E era assim desde que o vi amargamente pela primeira vez, desde que o experimentei. Eu o necessitava, o precisava. "Mesmo sem estar...".
Então gritei. Assustada, dominada. Então me rendi mais uma vez, pela última vez. Eu era dele. Abri os olhos, amanhecia.

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