"...no desalinho triste das minhas emoções confusas..."






22/08/2013

Ventura

É atordoante, mas a alma de um homem nunca deve caber em si mesmo. Nem a alma e nem todos os momentos que envolvem um só momento (na suruba de confusão que o Tempo, sendo e não sendo altruísta, é). Não deve caber porque simplesmente não cabe e o fluxo natural das coisas deve ser seguido. Não adianta se esforçar, nem se desesperar: o homem está condenado a solidão. Não digo que só ela reinará - pois somos Universos e não reinos -, mas o corpo vai embora tão igual como chegou: só. Sem a si próprio, no balanço das ondas, confissões foram feitas... não temos uma alma; porventura, somos alma. É atordoante pois no fundo, nada é. Como quando janelas ocultas com dobras enferrujadas fazem barulho ao abrir e ali são percebidas; então uma força estranha passa por detrás de todo seu movimento e por isso acelera o coração dos distraídos. Por isso é preciso estar sempre distraído: para não ousar perceber o destino que não é destino.

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