"...no desalinho triste das minhas emoções confusas..."






14/05/2011

Cinza.

Estou crítica e com medo. De repente sinto o que tinha vontade insáciavel de sentir novamente. E de repente tudo ficou claro. Tudo e todos. Me sinto fechada, não vazia. Ao menos estou longe do vazio.
Abrir os olhos estupra a breve e falsa ideia do apego, mas me tira a cegueira sobre o mundo e as pessoas. Das "pessoas" e de como elas são. São, porque o que se dizem, não as definem como algo. Algo, mas não seres vivos, pois não é vago dizer que realmente são. Vago é dizer que são normais, infelizmente normais, pateticamente normais. Normais no que se é dado como normal nos dias de hoje. E nos dias de hoje, os dias cinzas e congelados, - metaforicamente falando - a normalidade é algo cego. Cego ao mundo, ao futuro, aos valores... Principalmente cegos a si mesmos.
Não negarei que sinto medo, pois não sinto mais vergonha disso. Disso que de fato não entendo o grande por quê. Porque deve ser realmente grande o motivo que tanto impede a benevolência. Talvez eu saiba e finja não saber pra abafar a dor. Pois a dor - que vive longe e parada e, no entanto, está contraditoriamente grudada em mim - hoje é normal.
Me cabe, portanto, caçar as fugas e pensá-las como temporárias. Um falso menos-ruim destino temporário...

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