"...no desalinho triste das minhas emoções confusas..."






21/12/2011

E ela gritou:


Vontade de ter o silêncio, o invisível, o inexistente. Vontade de meditar sob meu ego, de unir meus mais escondidos e disfarçados segredos; de deixar inaparente todos os meus problemas. Vontade de virar uma nuvem - leve e pouca - e sobrevoar o céu durante dias.
Estou quase me afogando, mas não estou com medo. Estou serena e solene, prestes a me aprofundar numa água lisa e clara. A imensidão deve ser bela, tão mais bela do que lugar onde hoje existo. Não enxergo isso como uma espécie de morte, mas sim como uma forma de continuar vivendo sem estar aprisionada a meu corpo.
Quero me sentir mais leve, mais pouca, quase por um triz, quase acabando. Quero me sentir como o ar, sempre indo, viajando o mundo inteiro, o universo inteiro, as galáxias inteiras. Quero descobrir os segredos que geram as dúvidas da existência, quero confundir o círculo em que vivemos com uma simples bolha gigante, que está sempre prestes a explodir e preencher a alma do universo.
Quero ir sem rumo, apenas ir: inacabável e inteira.

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