Era lua cheia, lembra? Cheia como o nosso ego, cheio como o meu peito, que solta o ar com pressa, com aflição, com aspereza. E nossas línguas afiadas nos cortam todas as partes dos nossos corpos, do nosso corpo. E o breu bem abaixo de nós, e o mundo bem abaixo dos nossos olhos, com toda a sua nudez; éramos nós, despidos no chão de mármore, gemendo nossas tristezas empalhadas, descabelando as nossas dúvidas certeiras. Éramos nós, testemunhando em vultos toda a beleza e feiura do universo; testemunhando toda a falsidade e excitação daqueles que se amaram um dia.
Banal, fútil, frio. Frio como o meu corpo na laje, na boca do chão, na língua da chuva. Vem... Vem...
nice shit
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