"...no desalinho triste das minhas emoções confusas..."






20/08/2012

Afinal

Era como eu queria, como eu quis, como eu fiz. Era tudo isso: todo o meu desdém, o meu nojo, o meu corpo, o meu santo. Então foi e é; e vai ser? Se for, que seja como eu quiser ou fizer ou ser. E que eu seja o que eu sou e não, e não.
O quê? "Isso!". Isso: minha fragilidade, meu caos, minha mania, minha sina, minha linha turva. E que o céu seja meu assim como a lua e o frio e o chão que se movimenta debaixo das minhas asas sujas e coloridas são tão meu quanto teu e de ninguém. E que eu "faça nada, fazendo tudo" e assim descubra a cada vez atirada penhasco a baixo o quão imortal sou.
"Calma, respira", digo. E então respiro e inspiro a tristeza e a indiferença e todas as metades; inspiro só para me expirar da cabeça aos pés, para expirar todo o resto que há dentro de mim. "Quais restos?", pergunto e ouve-se ao fundo do cérebro uma longa risada e depois um longo silêncio que durou segundos de horas, até agora.

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