"...no desalinho triste das minhas emoções confusas..."






16/02/2014

Doses

Eterna ressaca existencial. Olhos vermelhos, sede insatisfatória, queimação de malícia, enjoo daquilo que não convém. Vês? A existência não se ameniza com água nem remédios; não existe tarja preta que a evite ou cure. Logo, o homem está fadado ao passo torto, a noite mal dormida, ao grito desumano. Está fadado a se endividar, a vomitar, a viciar.
Eis que existência é um vício. Eis que procura-se nela uma infinidade de soluções e facilidades; procura-se cair no esquecimento, curando uma dor com outra.
Sabe, é fácil se quiserdes. Vês? É só virar um ou mil copos, com gelo ou sem gelo, e esperar que se termine na sarjeta de uma esquina qualquer, sozinho e com o fardo despejado junto a bile.

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