"...no desalinho triste das minhas emoções confusas..."






29/06/2011

Nada nos dizem.


- Então, gostas de mim?
- Não, gosto da maneira como me olhas.
- E como te olho?
- Com ar de vazio, de interminável, de esgotado. Olha-me de um jeito frio, diferente de todos os outros olhares. E o vazio do seu mesclado castanho parecem dizer tanto...
- Olhar vazio? Gostas disso? És tão friamente doce que chega a ser rude.
- Oras, é claro que gosto. Gosto de segredos trincados, como os de sua pupila. Chego a me incomodar com a frieza dela...
- És estranha. Pois da maneira como me olhas sinto medo. Medo de te olhar, pois seus olhos nada dizem. E o que nada me diz procuro observar com calma... Mas para ter calma é necessário tempo, e quando nos olhamos demais parecemos tão perdidos nele...
- Então, estás admitindo que me olhas?
- E qual o problema em te olhar? Assim como você, gosto da maneira como olhas e ao mesmo tempo nada diz...
- Meus olhares tudo dizem, saiba você disso.
- Então, tens algo oculto na alma?
- É claro que tenho! Mil coisas...
- És louca! Pois por favor tampe teus olhos para evitar que venham a me tornar louco, te peço pelas suas "mil coisas"...

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