"...no desalinho triste das minhas emoções confusas..."






10/09/2012

Não sei, e sei

2:2
Essa certamente não é a maneira como deveria começar uma história. Mas essa também não é uma história.
...
Para começar clichê: eu sinto medo. Muito medo. Do futuro. Que é agora. E agora. E também agora, e depois que já se tornou agora. 2:4. É bem sério que terei de ser algo pelo resto da vida; (eu sou algo pelo resto da vida e sempre serei. Minha alma é imortal, e eu sei e serei.)
Para ser patética: o medo é vão, é chão, é não. E sim, quero dizer que sim, que sim e mil vezes sim. (Pra rotear um filme, pra viver um filme.)
Não.
...

Frustrei-me ao ver que nada posso fazer diante àquilo que choro, mas esperance-ei-me (e essa palavra existe?) porque poderei - ao "ser algo pelo resto da vida", aqui em Terra e terra - tentar melhorar, aos poucos e ao passo em que caminho.

Para chorar: 2:8. Acho que "nunca amarei de um jeito que dê certo", mas, voltando a ser clichê: não há de ser certo ou errado diante àquilo que desconheço - e, para chorar mais um pouco - jamais conhecerei. Ou definirei. Ou vestirei? Me vistas, então, guri aí.
"Aí". Estranho, mas de "aí" não sinto medo. Me sinto despida, afinal. Mas quando estamos despidos nos sentimos Eus. (embora eu não me sinta, sentindo afinal todos os sentimentos do mundo).
Desconheço-me, e desconheço a ti e a eles e a todos.

Para lamentar: por que o tempo passa tão rápido? Cazuza, você é um maldito; eu sou uma maldita. 2:12. Não vês? Olho, eu olho, eu vejo, sinto... E me acabo, pois não lembro. Lembro vagamente, apenas. Lembro de quando estava acima de mim mesma, ou de quando explodiram os fogos de artifício, (e de mais umas levianas bobagens boas). Mas - e há sempre um mas pelo meio do caminho ("caminho" que não existe) - do futuro não lembro.
Lembrei! É, lembrei de ontem... A Lua! Ou foi a de anteontem? São iguais, sim; mas não, não estou na Realidade para julgar o que são ou não.
Não gosto da realidade; pasmem no meu terceiro - ou quarto - clichê das 2: gosto do entorpecido. Não, não. Ou sim?

Para rir: fiz-me muitas perguntas, mas não vou respondê-las. Não só pelo fato de não saber como fazer, mas também pelo fato de não haver fatos. E o fato é: que não ousemos responder-nos para não nos tornarmos sujeitos concretos.
Bah, o concreto não anda, não mutila: apenas permanece. E a única coisa que me parece justo permanecer é a loucura e Alguém ao amanhecer.
2:17
...
Sobre a tristeza: sim. "Mil vezes sim". Sou a favor, venha com tudo e não tenha medo de ir (mas vá na hora certa).
...
"Sei lá".
...
E minha imortalidade é patética, e hipócrita. E me contrariem, por favor.
...
Não sei. Mas se acabe, se acabe como tiver de se acabar: escravo de si mesmo ou escravo do mundo. Ou escravo de nada, livre de correntes, pra correr, pra acabar, pra rolar. Seja da Lua, do fogo, do Sol, 8, 80, chuva, do; não. Não seja de nada... sendo exatamente de tudo.
Sobre o nada: o nada é tudo. E o tudo é nada. E nenhum dos dois se pertence, se pertencendo pro resto da [...];

2:22
20 minutos - ha, como me dói definir o tempo - e eu escrevi sobre nada (mas sobre tudo também). Tudo de mim Aqui e Agora; e 2:23 já não sei mais o que eu penso, mas que eu decididamente penso e então tudo bem. Ou tanto faz? Ou?

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